Dan Houser dá entrevista sobre GTA e a Rockstar Games

Capa: Acredito que não haja muito segredo, o negócio é colocar uma imagem da entrevista dada, mostrando dan houser. Pode ser feita uma montagem com o logo da rockstar, capas dos GTAs mencionados, etc.

Em longa entrevista feita pelo youtuber Lex Fridman, Dan Houser falou um pouco sobre suas experiências na produção dos jogos Grand Theft Auto, inclusive, matando a curiosidade de muitos fãs ao responder sobre temas cabeludos sobre a franquia.

Dan revelou inclusive ter passado por momentos ruins em sua vida durante a produção de Grand Theft Auto IV, de 2007. Dan comenta que “Acho que GTA IV sofreu muita pressão porque a empresa já estava sob muita pressão. A empresa quase implodiu várias vezes por causa do Hot Coffee. Foi extremamente difícil.”

Para quem não se recorda, o modo Hot Coffee foi um modo escondido pela Rockstar Games no GTA: San Andreas, que permitia a CJ ter relações intimas com suas namoradas. Apesar do modo estar presente no jogo, a Rockstar removeu a opção temendo recepção negativa. Fãs, entretanto, encontraram o código fonte dentro do jogo e rapidamente lançaram modificações que liberavam novamente os atos obscenos. Naturalmente, isto tornou-se uma gigantesca polêmica na época, com o jogo sendo recolhido das prateleiras nos EUA até a remoção total do minigame, semanas depois.

Sobre o período conturbado, Dan complementou: 

“Eu estava solteiro e infeliz, e não tinha certeza se queria ficar nos Estados Unidos. Minha vida estava em constante mudança. Como empresa, tínhamos passado por toda aquela polêmica do Hot Coffee, então vivíamos com a sensação de que poderíamos ser impedidos de continuar produzindo o jogo.”

GTA e o mundo aberto

Durante a entrevista, o repórter Lex Fridman fez questão de lembrar o tamanho do impacto de GTA III quando foi lançado em 2001. Para o período, GTA III foi de fato revolucionário, sendo considerado um grande salto quando o assunto é gráfico e jogabilidade.

Acerca deste assunto, Dan respondeu:

Não era roteirizado. Era uma IA muito, muito, muito rudimentar. Era uma simulação que você podia cutucar e mexer para ver o que acontecia. Você podia cutucar o mundo te empurrava de volta, seja lá o que isso significasse. Um dos motivos pelos quais era tão cativante era a ideia de que, mesmo se eu não fizesse nada, o mundo ainda existiria. [...]
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⁠Eu podia simplesmente ouvir rádio, olhar outdoors, conversar com pedestres... Bem, não em GTA III, mas em Vice City, você já conseguia começar a conversar de forma rudimentar. E o mundo estava ali, existindo, e essa era a ideia, quase como algo que muitos jogos tentaram explorar, a de ser um turista digital.”

Entre outros assuntos conversados, Dan também trouxe sua visão para o porquê os Estados Unidos se tornaram tão importantes para a ambientação dos jogos da franquia.

 Questionado sobre a ausência de cidades em outros países, Dan comentou: 

“Há 26 anos, fizemos um joguinho em Londres, o GTA London, para PS1, com visão de cima. Era bem legal e divertido. Foi o primeiro pacote de missões para PlayStation 1. Acho que, para um GTA completo, sempre decidimos que, como havia muita coisa americana inerente à franquia, seria muito difícil adaptá-la para Londres ou qualquer outro lugar.
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⁠Sabe, precisávamos de armas, precisávamos desses personagens caricatos. Parecia que o jogo era muito sobre os Estados Unidos, talvez da perspectiva de um estrangeiro. Mas, sabe, era tão focado na essência do jogo que não funcionaria da mesma forma em outro lugar.”

Dan Houser ainda teve a oportunidade de abordar diversos assuntos durante a entrevista, como seus filmes favoritos, suas opiniões sobre o uso de inteligência artificial no desenvolvimento de jogos, outros jogos da Rockstar Games, o fracasso de Agent, sua relação com a empresa e algumas dicas de carreira para iniciantes no ramo dos games.