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Diablo : O infernal jogo de A-RPG da Blizzard!

O sucesso de Diablo IV nos últimos anos trouxe a franquia novamente à tona. Conheça a origem do primeiro jogo, de 1997 e o seu legado.

Redação Compare Games

Redação Compare Games

Imagem de fundo do produto Diablo : O infernal jogo de A-RPG da Blizzard!Imagem de fundo do produto Diablo : O infernal jogo de A-RPG da Blizzard!

Desenvolvido pela Blizzard North no início de 1997, Diablo foi lançado com grande pompa pelo mesmo estúdio responsável pelo hit Warcraft. O caminho não foi fácil, e inicialmente as coisas não seriam como acabaram sendo. Por exemplo: sabia que Diablo deveria ser um jogo com batalhas em turnos?

 

ALGUNS SEGREDOS DA PRODUÇÃO

Foto de David Brevik à esquerda;a  capa de Final Fantasy Tactics ao centro; capa de X-Com Enemy Unkown à direita

David Brevik, à esquerda, e algumas das inspirações da para a primeira versão de Diablo

No ano de 2016, durante uma apresentação na GDC, David Brevik, um dos membros da equipe original da Blizzard North (que durante o desenvolvimento do jogo, ainda se chamava Condor Inc.), disponibilizou o documento original que propunha o desenvolvimento de um jogo de estratégia em turnos, similar a jogos como XCOM, com alguns elementos de Shining Force ou Final Fantasy Tactics.

 O estúdio, fundado em 1993, não tinha experiência com um jogo desse tamanho. Sua especialidade, ainda na era dos 16 bits, era trazer para outras plataformas jogos licenciados de esporte e luta. Em sua curta existência, foi responsável por ports de NFL Quarterback ClubJustice League: Task Force, ambos títulos esquecidos pelo tempo, se não fosse o relacionamento que se iniciou com o desenvolvimento do jogo da DC Comics.

 Enquanto a Condor desenvolvia a versão de Mega Drive de Justice League: Task Force, outro estúdio, o Chaos Studios, desenvolvia a versão do mesmo jogo para Super Nintendo. Foi nesse período que ambos os estúdios mudaram suas estratégias e buscaram novos ares com jogos próprios: o Chaos Studios tornou-se Blizzard Entertainment e logo lançou Warcraft – Orcs and Humans, enquanto a Condor começou a desenvolver o que viria a ser Diablo. Ambas as empresas mantiveram uma parceria.

MUDANÇA PARA TEMPO REAL

Captura dos jogos: Diablo à esquerda, Ultima Online e Wizardry 8 à direita

Captura dos jogos: Diablo à esquerda, Ultima Online e Wizardry 8 à direita

Em entrevista para a Ars Technica, David Brevik também contou como foi voto vencido na hora de decidir se Diablo seria em turnos ou em tempo real. No fim, apesar de inicialmente discordar, ele teve de aceitar, ao jogar um protótipo do jogo pela primeira vez, que a mudança na mecânica foi uma ótima ideia: "Meu personagem andou até lá, balançou e quebrou o esqueleto. E eu fiquei tipo: 'Meu Deus, isso é incrível.' Foi tão bom! Muito melhor."

Diante de jogos relativamente complexos que existiam naquele momento para computador, como as séries Ultima, WizardryAdvanced Dungeons and Dragons, o que a Condor estava conseguindo fazer com Diablo ia além de um retorno à simplicidade. Era uma reinvenção e modernização de mecânicas vistas em Rogue, por exemplo. Como David Brevik deixou claro ao descrever o jogo no documento que daria origem a Diablo:

 "À medida que os jogos de hoje substituem a jogabilidade por extravagâncias multimídia e buscam escala e complexidade desnecessárias, buscamos revigorar o público de jogos que gosta de hack and slash e se sente bem."

Outro elemento fundamental para a reinvenção do roguelike foi a adição, assim como em Rogue, de dungeons aleatórias, fazendo com que nenhum jogador tivesse exatamente a mesma experiência. O jogo tem como premissa que um herói solitário do Reino de Khanduras deve combater o próprio demônio em sua própria terra: o inferno. Em meio a cavernas e calabouços, o jogador possui algumas missões que o ajudam a aumentar de nível e obter novos e mais poderosos itens.

 Diablo também contou com um modo multiplayer, permitindo até 4 jogadores na mesma gameplay, seja por conexão direta, como em uma LAN House, ou pela internet, via modem ou pelo serviço Battle.Net, servidor da Blizzard bastante popular durante os anos 90 e 2000, utilizado pela primeira vez com esse jogo. O serviço gratuito, que facilitava a comunicação entre jogadores online, foi uma grande inovação naquela época, devido à acessibilidade da Battle.Net diante de concorrentes mais arcaicos e, em alguns casos, exclusivamente pagos.

LANÇAMENTO E SUCESSO

Disco do Diablo IV à esquerda, imagem do jogo ao fundo, e uma notícia à direita falando da versão demo em web browser do Diablo original

Diablo teve um sucesso incrível que levou a produção de diversos jogos como até o último Diablo IV

Com a distribuição da Blizzard, que comprou a Condor e a rebatizou Blizzard North, Diablo foi posto à venda em 1997 e foi um sucesso imediato. Logo no início das vendas, houve demanda por mais de meio milhão de cópias em todo o mundo. No fim do milênio, Diablo alcançou mais de 2 milhões de unidades vendidas.

Como era costume na década de 90, para promover o jogo, uma edição limitada shareware chamada Diablo Spawn foi lançada, colaborando ainda mais para o sucesso do jogo. Logo após, a Blizzard promoveu a conversão do jogo para consoles, seguindo os passos de Warcraft II, que fora lançado para PlayStation e Saturn. Uma versão para PS1 foi lançada, mas a de Saturn foi cancelada, com o fracasso do console.

Existe uma discussão entre os desenvolvedores se o jogo pode ser considerado de 1997 ou 1996, devido a uma certa dúvida acerca da distribuição do jogo. Brevik defende que o início das vendas ocorreu durante o Ano-Novo de 1996 para 1997, enquanto documentos oficiais consideram a data de lançamento como 6 de janeiro de 1997.

O LEGADO DE DIABLO

Imagens de diversos jogos diferentes da franquia Diablo e o logo de Diablo Immortal à direita

Diversas versões e jogos diferentes foram lançados consolidando a franquia Diablo

Diablo revitalizou o gênero RPG ocidental e é frequentemente colocado ao lado de jogos como Baldur's Gate entre os melhores RPGs para computador da segunda metade dos anos 90. Além disso, foi inspiração direta para outros jogos, como Nox, Sacred, Divine Divinity e Dungeon Siege, cada um utilizando as inovações de Diablo como base para criar seus próprios mundos.

Claro, Diablo permaneceu dominante em seu próprio gênero, com a Blizzard lançando não somente a expansão Diablo: Hellfire em 1997, como também Diablo II em 2000, considerado um dos melhores jogos de todos os tempos. Diablo II expandiu a história do primeiro jogo, melhorou várias mecânicas e corrigiu falhas no Battle.Net, dificultando a vida de cheaters, que eram comuns na primeira versão do jogo.

A franquia permanece como uma das principais da Blizzard, atualmente Activision Blizzard. Diablo III foi lançado em 2012, com grandes elogios e um salto de qualidade gráfica. Diablo IV, lançado em 2023, tornou-se o jogo mais rapidamente vendido da história da Blizzard, trazendo, em cinco dias, 666 milhões de dólares em retorno.

Até os dias atuais o jogo rendeu 1 bilhão de dólares, sendo 150 milhões apenas contando microtransações. Em outubro deste ano, a expansão Diablo IV: Vessel of Hatred foi lançada, colocando o jogo novamente em evidência.

Diablo Immortal foi lançado para celulares em 2022, apesar das controvérsias envolvendo microtransações, uma história aquém do esperado na série principal e a expectativa frustrada de um novo jogo para computador.

Com a série ainda trazendo diversos retornos para a Blizzard, é de se esperar que futuramente haja novidades sobre o futuro da franquia. Basta aguardarmos o sucesso de Vessel of Hatred para saber se o próximo passo será uma nova expansão de Diablo IV ou um possível novo jogo. De qualquer forma, nada disso seria possível sem Diablo de 1997, o jogo que, junto com Warcraft, colocou a Blizzard no mapa.

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